Hoje em dia as empresas estão cada vez mais abertas à contratação de freelancer e profissionais independentes. A ideia de que trabalhadores independentes trazem novas idéias sem o compromisso a longo prazo, está se tornando mais popular. Uma das principais características de um freelancer é que ele não possui uma jornada de trabalho diária tradicional, das 9h as 18h, por exemplo. Estes profissionais recebem uma demanda e possuem um prazo pre acordado para entregá-la. Naturalmente que a remuneração pelo trabalho está atrelada à qualidade e cumprimento de prazos.

Este movimento ou tendencia acende discussões sobre a jornada de trabalho tradicional, ou seja aquela onde o profissional entra as 9h e sai as 18h. Especialistas acreditam que este modelo está prestes a ruir.

A medida que a demanda por profissionais freelancer cresce, também é crescente o número de sites dedicados a estabelecer o contato entre os profissionais e as empresas. Os mais conhecidos são: 99freelas.com.br, freelancenow.com.br, freelancer.com, escolafreelancer.com e getninjas.com.br. Nesta mesma onda de profissionais independentes, empresas de co-working oferecem espaço em escritórios compartilhados e permitem que os freelancers se juntem com outros contratados.

Ha alguns anos atrás havia uma certa discriminação em relação ao freelancer, havia uma crença de que aqueles profissionais realmente bons, estariam em um emprego (formal). Este conceito está vencido, hoje há excelentes profissionais que preferem trabalhar de forma independente e ter maior controle sobre sua carreira e qualidade de vida.

Os sites, aplicativos e empresas que auxiliam no contato entre o freelancer e as empresas, exercem agora um papel importante, pois evitam que o departamento de recursos humanos das empresas gaste tempo e esforço em processos seletivos que, dependendo do caso, podem ser longos e custosos.

As pessoas estão cada vez mais buscando formas de conciliar melhor a vida pessoal e a profissional. Os novos modelos de trabalho que a tecnologia propicia, permitem que profissionais possam ter uma programação mais flexível e passar mais tempo com seus filhos, por exemplo. Certamente ainda vamos trabalhar de 40 a 80 horas por semana, pois o que está mudando é o emprego e não a demanda por trabalho, mas a gestão do tempo fica sob o controle do profissional.

O trabalho em tempo integral, como o conhecemos hoje, não é um estado natural da existência humana. Antes dos anos 1800, poucas pessoas trabalhavam uma “semana de trabalho” estruturada. Essa presunção foi inventada pelos primeiros industriais, que precisavam reunir os trabalhadores em uma fábrica ao mesmo tempo para produzir de forma “eficiente”. Nos últimos 100 anos, o trabalho de 40 horas tem sido a peça central da vida profissional porque não havia outra maneira melhor de se reunir, em um só lugar, pessoas  para se conectar, colaborar e produzir.

Mas a tecnologia está mudando a natureza do trabalho. A tendência aponta para uma nova era na qual a maioria de nós trabalhará em múltiplas “micro-carreiras” ao mesmo tempo, deixando o trabalho tradicional em tempo integral para trás. O “trabalho” provavelmente se transformará em um mercado na nuvem em vez de uma mesa e uma cadeira em uma corporação tradicional. O que teremos é uma força de trabalho altamente conectada e colaborativa.

Se observar com atenção, Já vemos claramente mudanças significativas no mercado de trabalho, principalmente em tarefas simples e rotineiras. Isso reforça a tese de que trabalhos repetitivos tendem a virar algoritmos ou robôs. Por exemplo, o Uber e o Cabify dão às pessoas a possibilidade de aumentar a renda usando seus próprios carros, o Airbnb permite que você alugue um quarto extra em sua casa e o Wase que mudou a forma como as pessoas se localizam e interagem no trânsito.

Outro movimento importante é o de empresa como a GE e outras, como fabricantes de medicamentos e até perfuradoras de petróleo estão cada vez mais abrindo projetos para a multidão, ou seja, lançar desafios abertos a quem tiver interesse ao redor do mundo para a criação de soluções par aseus produtos. Com isso um novo mercado surge e permite que as pessoas apliquem seus conhecimentos a muitas empresas ao redor do mundo.

Um exemplo interessante de colaboração profissional remunerada, é o site recruitifi.com. Trata-se de um site que reúne de um lado as empresas em busca de profissionais e de outro lado os recrutadores que possuem as indicações de candidatos. Mas há um subproduto intrigante no Recruitifi: praticamente qualquer um pode se tornar um recrutador. Não há barreiras para a entrada. Então, digamos que você é um gerente de TI e  provavelmente conhece outros bons gerentes de TI. Você poderia configurar uma conta no Recruitifi, vigiar a demanda das empresas e indicar candidatos. Se o seu candidato for contratado, você recebe o pagamento. 

Novas ferramentas estão tornando cada vez mais barato e fácil começar um negócio, permitindo que as pessoas sejam empresárias de meio período. O DigitalOcean facilita a criação de um aplicativo de smartphone  como um negócio autônomo. Shapeways permite que alguém crie um produto e que o 3D seja impresso e comercializado em todo o mundo. Enquanto a Amazon Web Services e outras empresas de serviços na nuvem diminuíram o custo para hospedar um negócio digital e distribuí-lo em todo o mundo.

Todos esse desenvolvimento torna possível que um profissional típico tenha uma carreira multifacetada com várias fontes de renda. Ele ou ela pode talvez fazer algum recrutamento, construir um negócio e assumir projetos postados por corporações – tudo ao mesmo tempo. A semana de trabalho pode ter tantas horas quanto o profissional planejar.

Olhando para este futuro que se aproxima, talvez seja agora o momento de formar estudantes para se perguntar que tipo de carreira querem: um trabalho tradicional de tempo integral com uma única empresa ou uma série de micro-carreiras sobrepostas. E, o mais importante: Como se preparar para sobreviver nesta economia que nasce?

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